25 de jun. de 2010

A queda?

> Ela tentou, tentou e tentou, mas, os 4 anos de hiato entre os lancamentos do seu album anterior e o mais recente,  Back To Basics (2006) e Bionic (2010) respectivamente, foram implacaveis e sentenciaram sua atual posicao no mundo pop: uma popstar em queda livre. O post chegou com bastante atraso ja que tive acesso ao conteudo do album desde os ultimos dias do mes de Maio, porem, uma analise mais profunda do trabalho que me permitisse fazer um post o mais imparcial possivel me impediu de faze-lo antes. Ok, mas como assim? Christina Aguilera eh, das cantoras Pop, a que eu mais admiro, me emociono e acompanho desde 2002, quando comprei aquele maldito e viciante Stripped e o dvd [do primeiro cd] My Reflection naquele ingenuo Dia das Criancas. Ate hoje rola emocao, tensao, arrepios e de vez em quanto gritos quando me deparo com novos conteudos da carreira dela entao, por isso, tentei considerar tudo antes de dar meu parecer.

"I feel like our world's been infected
and somehow you left me neglected
we've found our lives been changed
babe, you lost me" 
(You Lost Me)

> Vamos ao que interessa? Lady Gaga, Lady Gaga, Lady Gaga. Ue, claro que sim. Se alguem achar alguma critica do Bionic que nao faca mencao ao novo icone Pop do seculo XXI eu posto agora! A Billboard Brasil, a Billboard americana, a Rolling Stone, a MTV, e as citacoes nao param. Eh nesse clima de "ja ganhou, ja ganhou" envolvendo a sua suposta "fonte de inspiracao" que Christina volta nao dos mortos mas talvez dos em coma a uma esfera Pop dominada por producoes sinteticas, rapidas, autotunadas e sexy, sempre sexy. E qual eh o som da vez? Electropop, Pop. Ok, sentenca dada: flop! Nao, nao estou falando que o trabalho apresentado depois dos varios meses de producao e anos de espera merecam numeros de estreia inferiores aos lancamentos de Glee e Eclipse ou um recorde de maior queda do primeiro lugar na historia do Reino Unido (#1-#29). O quero dizer eh que essa ERA estava fadada a morrer desde quando ela coincidiu, pela primeira vez, estilo proprio e estilo modinha e lancou, em caminho oposto ao Back To Basics, o som que todo mundo ja estava ouvindo. O resultado? Not Myself Tonight soando uma producao saida de um album do Timbaland de 2007 e um cd projetado como futurista e resultando em uma verdadeira frustacao mercadologica. Ela continua com o vozeirao de sempre, o mesmo ego inflado e, infelizmente, ruim pra fazer playlist. Depois do Bionic com 18 faixas, Back To Basics com 22 e Stripped com 20 fica claro que, pra ela, ser resumida eh algo dificil, seja no numero de faixas, ou no discurso cansativo de como gosta de se expressar sexualmente e ser livre ou ainda na historia de sua triste infancia que eh repetida exaustivamente (nao so por ela) a cada entrevista com um proposito mais intimista.

"Many times imitated,
not duplicated can't be replaced 
Na-na-now, lemme spell it out
everybody can shout my name 
X-X-X-T-T-T-I-I-I-N-N-N-A"
(Bionic)


> Entao porque voces devem ouvir esse cd? Convenhamos: depois de Mariah perder boa parte da voz e cansar de tanto querer ser gatinha e Whitney Houston sofrer pra acompanhar os agudos das suas proprias musicas, nao restam duvidas de que Aguilera tem hoje a maior e mais versatil voz do mundo pop. Por sinal, esse eh o grande trunfo do Bionic: conseguir domar os vocais super-poderosos e revelar diversas facetas e texturas de uma das 100 maiores vozes do mundo da historia da musica segundo a Rolling Stone. Pra quem quer batidao e letras de DIVA tem Glam, Prima Donna e Vanity. Quem gosta das otimas baladas de vocais inacreditaveis, fiquem com You Lost Me e Lift Me Up. Quem quer ouvir um som diferente do que ela ja fez e ser apresentado ao gostinho de futuro que Aguilera conseguiu imprimir ao Bionic deve ouvir a faixa-titulo e Elastic Love. E se a fraqueza das outras cantoras eh a falta de personalidade e falta de conexao das suas musicas com suas verdadeiras historias, com ela da pra notar que a veia artistica pulsa de dentro pra fora. Duvida? Oucam All I Need , dedicada ao seu filho Max de 2 anos, e I Am, mais uma da sequencia de cinco-baladas-sem-parar que mostra, mais uma vez, uma Christina vulneravel, sem excessos e nos dando o motivo pelo qual costuma ser reconhecida: vocalmente impecavel.

As letras? Novamente proprias e algumas poucas de outros artistas, incluindo a vaga reservada de Linda Perry nos seus albuns, dessa vez com Lift Me Up. Tirando o teor sexual e women-empowerment do alter-ego Xtina das faixas rapidas, sobram as baladas que, mais uma vez, extraem o que ela tem de melhor.  A producao? Bem longe da obviedade, Aguilera convocou produtores de musica eletronica como Sia, Ladytron, Goldfrapp e M.I.A. que nao sao nada conhecidos no universo de producao musical pop para fazer, na minha opiniao, o seu cd mais bem produzido. Ja sao 11 anos de paradas musicais, clipes, capas de revistas e turnes e esse eh, sem duvida, o momento mais critico da carreira. Como fa, so posso desejar que as luzes que a ofuscaram voltem a brilhar e que o show continue com plateia. Se nao der, creio que nem ela mesma esteja tao preocupada: com menos de 30 anos, casada, bem-sucedida e agora mae, a realizacao jah chegou, nao importa se em 1 ou 10 milhoes de copias. 

2 comentários:

Michael Matos disse...

É.. bichinha da Floplera, oops Aguilera. tô adorando o cd agora que ouvi mais vezes, pena que com as vendas não ocorra o mesmo =/

juuu disse...

Demorei, mas cheguei! hehehe
Bom, serei curta e grossa.

Qdo se trata de alguém com o talento pra música de Christina Aguilera, sinceramente, os numeros pouco importam.
Importante mesmo é que se sabe que o cd foi bem feito, e é excelente.

VOcê sabe que ela é uma das vozes mais poderosas do mundo, e assim sempre será ;)