O início de uma nova década !!!

> 2010 já começou e hoje damos adeus à nossa querida e revolucionária década dos anos 2000. Os anos se passaram e hoje vemos uma brusca alteração não só nos estilos musicais predominantes, mas também em toda a indústria fonográfica. Nos anos 2000 e 2001, presenciamos os maiores números de vendas de cd's da história. O início da nossa década foi marcado pelo fim da explosão pop-chiclete-com-coreografias que começou a atingir o Brasil em 97 com Spice Girls e Hanson, e teve em 98-99 sua explosão máxima com Backstreet Boys, Westlife, NSYNC, Five, Britney Spears e Christina Aguilera. Pois é, em 2002 a fórmula teen-pop das cantoras, cantores, boys e girls bands estava saturada e os artistas pertencentes a essa geração evoluíram e adentraram estilos musicais mais maduros, atendendo a um público mais abrangente e menos efêmero, da mesma forma que quando o estilo estava em alta, muitos quiseram aproveitar a onda e inclusive pagar de adolescente (vide Mariah Carey no cd Rainbow, 1999).

> E depois que a febre pop passou, poucos sobraram para contar história e o estilo virou motivo de piada, (ou alguém admitia que ouvia Sandy e Junior?) principalmente depois do boom de Avril Lavigne em 2002 e 2003, cujo slogan era: "a anti-britney" (aiai, marketing é tudo né?). Christina Aguilera e Justin Timberlake reapareceram no mesmo ano irreconhecíveis e talentosos, para nos mostrar que a tal era se foi de vez. Shakira reacendeu, com Whenever, Wherever e Underneath Your Clothes, a chama da explosão latina ocorrida no final da década de 90 com Ricky Martin e Gloria Estefan. Alicia Keys se consagrou com 5 Gramys [incluindo o de Artista Revelação] em 2002; enquanto Norah Jones e John Mayer foram os jovens cantores-compositores consagrados na noite do prêmio em 2003.  Ah, e o que dizer do Linkin Park? Alcançaram o grande público em 2001, fazendo muito barulho, conquistando milhares de fãs e abrindo espaço para o rap em suas músicas. 

> No entanto, foi em 02-03, anos em que Nelly, Eminem e Jay-Z bombaram tanto em seus projetos solo quanto em colaborações com artistas pop que o rap e o hip hop tomaram o topo das paradas e penetraram a cultura pop. Lembram de Dilemma com Nelly e Kelly Rowland? Ei, você também viu o filme do Eminem? Ah não? Mas viu o clipe que ele tranca Dido no porta-malas certo? E Crazy In Love de Beyoncé com Jay-Z? Em 2003, Beyoncé [até então apenas ex-Destiny's Child] surgiu como estrela solitária no seu primeiro cd em carreira solo: o ganhador de 5 grammys, Dangerously In Love. Até em música de banda de new metal o rapzinho tava lá, ou vocês esqueceram de Bring Me To Life do fenômeno Evanescence? Evanescence foi a febre de 2003, assim como The Calling foi a de 2002 e Maroon 5 a de 2004. Além do mais, toda essa projeção contribuiu para que em 2004 Usher colocasse o bom RnB nas rádios, [abrindo espaço para Ne-Yo anos depois] mas não sem antes pedir a ajudinha do hip hop de Ludacris em Yeah!, [2º maior hit da década segundo a Billboard] a voz de Alicia Keys em My Boo, e o talento como dançarino emprestado de Michael Jackson que pode ser visto nos seus clipes.

> No campo do rock, Nickelback, Linkin Park e Coldplay surgiram e se consagraram, brilhando com consistência e produzindo inúmeros hits, se tornando grandes nomes do rock a nível mundial. O Red Hot Chilli Peppers repetiu o sucesso de Californication com By The Way em 2002, apresentando ao público um Red Hot menos agressivo e mais melódico. Já em 2005, assistimos ao retorno triunfal de Mariah Carey, (dona do maior hit da década pela Billboard, We Belong Together) a carreira solo de Gwen Stefani e a repaginada de um Green Day menos rebelde e mais maqueado. 

> Ok, mas, o que dizer dos reality shows? Eles refletem muito bem a modificação que houve nos meios de comunicação com o surgimento dos blogs, tablóides, paparazzis e sites de relacionamento geradores de celebridades instantâneas [Britney Spears que o diga]. É inevitável, a internet virou protagonista da história e a vilã mais implacável do mercado fonográfico, afinal, os números também falam mais do que mil palavras ao mostrarem que, desde 2001, as vendas de cds têm caído anualmente a uma porcentagem de mais de 10% ao ano nos Estados Unidos (e os números do Brasil são mais feios ainda). Falando em Reality Shows, milhões de pessoas ouviram falar no American Idol, mesmo porque, foi um formato de muito sucesso, além de ter sido copiado em vários países. Admitam, se o formato não desse certo Kelly Clarkson (é, ela ganhou o 1º Idol) não teria emplacado tantos hits do seu Breakaway, vencedor do Grammy de álbum pop do ano e não teria sido comprado por mais de 11 milhões de pessoas.

> O surgimento do iTunes e a nova realidade dos downloads legais pagos definitivamente dividiu a nossa década em anos pré e pós downloads.  Na segunda metade dos anos 2000, mais precisamente em 2006, James Blunt surge no topo das paradas e vende 11 milhões de cópias do seu álbum de estréia. Verdade seja dita: em 2006 e 2007 ninguém faturou mais com downloads do que Timbaland, que alcançou o topo das paradas com Apologize e The Way I Are e ainda produziu dois dos álbuns mais vendidos lançados em 2006 - Loose, de Nelly Furtado e FutureSex/LoveSounds, do queridinho das rádios Justin Timberlake que, cá pra nós, dominou o cenário pop em 2006 e 2007. 


> Também em 2007, (e boa parte de 2008) Rihanna chegou ao posto de superstar dominando as paradas com um cd que mais parece um 'Greatest Hits' do que um álbum de estúdio: Good Girl Gone Bad. Porém, nenhum desses jovens talentos causou mais polêmica do que a louca talentosa Amy Winehouse. A voz cheia de soul, as drogas, a reabilitação, a atitude de 'rockstar' e muitas manchetes de jornal renderam a Amy muitas cifras resultantes das mais de 12 milhões de cópias do seu segundo álbum Back To Black.

> Em 2008, Katy Perry e Leona Lewis foram as grandes revelações, enquanto que os Jonas Brothers e a Miley Cyrus encheram o saco dos que não curtem música teen. Jason Mraz finalmente ficou famoso, o Coldplay ficou ainda mais, e Madonna começou a trajetória para quebrar o recorde de turnê mais lucrativa da história para um artista solo com a Sticky & Sweet Tour, que arrecadou mais de U$400mi. Finalmente, 2009 foi marcado pela explosão de Lady Gaga e a consolidação de Beyoncé e Black Eyed Peas como 'hit makers'. Poker Face, Just Dance, I Gotta Feeling e Boom Boom Pow constataram a nova tendência do mercado musical: canções dance/pop, com toques de música eletrônica e marcadas com técnicas de autotune vocal e instrumentos cada vez mais diversificados [é ou não é o que você vê no primeiro hit da nova década, Tik Tok?]